Recopa Sulamericana (volta)
" O São Paulo parou no tempo"
Frase de Rogério Ceni ao término da partida. O triste não é perder um título internacional para o maior rival. O triste é ver seu maior rival ter através de planejamento e competência, se tornado no momento que vive, o que nós sempre fomos: bem estruturados, com elenco digno dentro e fora de campo e jogadores fixos em suas funções (não que um jogador não possa fazer outra função, mas não lembro a ultima vez em que duas escalações se repetiram em dois jogos seguidos), time organizado que não se desesperou em campo e não deixou de ir ao combate sem a bola; jogou com muita facilidade e cabeça fria. Tite queiram ou não, está se tornando o Telê deles, papando tudo. Triste é isso, escrever um longo parágrafo exaltando o adversário pelo fato de não se ter mais o que falar do próprio time.
Comecei a acompanhar a partida ainda no trabalho. Não sei bem o que Autuori queria, mas não me cheirou nem um pouco bem escalar três volantes estando atrás no placar agregado. Mas enfim, talvez seja um pré-reconhecimento da atual inferioridade frente ao adversário e o fato de Jadson estar machucado e não jogar. No rádio, no ônibus da empresa, a pressão que o adversário fazia logo no começo já antevia a dureza que seria o jogo. Tu junta meia dúzia de corinthianos ao seu lado, e narradores corinthianos transmitindo a partida com fervor, ou tu respira fundo e engole o sapo, ou acaba mandando todos pro inferno. Fiquei com a primeira opção.
Na escura Raposo Tavares, encapuzado e encolhido me escondendo do frio, ouço a jogada atrapalhada que gerou o primeiro tento. Engulo seco, o interminável grito de gol, o insuportável hino e sorte a minha meus fones abafarem qualquer manifestação das pessoas sentadas nos bancos ao meu redor.
Chego em casa com o segundo tempo já rolando, em um mix de estresse da partida acumulado com o do dia de trabalho, corro tomar um banho e nem "oi" dei pra Puka que me olhava de sua caminha com seu focinho preto, contente por que cheguei. Depois do banho, mais relaxado, dei bastante atenção pra ela, coitada. A Amanda já havia deixado a mesinha de centro cheia de petiscos, vinho cerveja. Assisti incrédulo. O descontrole emocional, passes de bola para laterais fantasmas, um desespero coletivo, chutes de longe, Aloísio chutando em cima do goleiro na única chance real de gol. Enquanto o adversário tocava com toda a calma do mundo, e quando chegou com perigo, um chute de longe, Rogério cai para a direita, espalma pro meio da área, e Danilo fecha a tampa. São agora nove jogos sem vencer. Andei olhando o arquivo do blog e a última vitória se não estou equivocado foi no fim de maio. Long time ago.
É realmente hora de pouca conversa e muito trabalho. Já tem muita gente fazendo coro de fora Juvenal, Luis pipoqueiro, etc, etc, etc... Rodholfo foi pro Grêmio, Wellington (foto) deve estar por sair também e não vejo sinais de novas peças. Não tenho mais a falar além do que já foi falado. Estou aqui, como milhares de outros torcedores, aguardando a virada de mesa. Não posso entrar em campo jogar e mesmo que pudesse seria ainda pior pro time, e não tenho tempo e dinheiro pra sair de Sorocaba protestar contra tudo e contra todos no estadio. Mantenho-me aqui, vestindo meu manto, esperando por dias melhores, escrevendo e torcendo.
LOCAL: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
DATA/HORÁRIO: 17/7/2013, às 21h50
ÁRBITRO: Paulo César de Oliveira
ASSISTENTES: Marcio Santiago (MG) e Fabricio Vilarinho (GO)
PÚBLICO/RENDA: 36.050 pagantes / R$ 1.875.887,00
CARTÕES AMARELOS: Danilo (COR); Douglas (SAO)
CARTÕES VERMELHOS: -
GOLS: Romarinho, 35'/1ºT (1-0); Danilo, 23'/2ºT (2-0)
CORINTHIANS: Cássio, Edenilson, Gil, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Guilherme, Romarinho (Renato Augusto - 34'/2ºT), Danilo e Emerson (Ibson - 42'/2ºT); Guerrero (Alexandre Pato - 40'/2ºT). Técnico: Tite.
SÃO PAULO: Rogério Ceni, Douglas, Lúcio, Rafael Toloi e Juan (Maicon - 22'/2ºT); Wellington (Aloísio - intervalo), Rodrigo Caio, Denilson, e Paulo Henrique Ganso; Osvaldo e Luis Fabiano. Técnico: Paulo Autuori.
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